Comunicação não verbal ajuda a entender emoções e promover inclusão
O modo como uma criança se senta, desvia o olhar ou movimenta as mãos pode dizer muito sobre o que ela sente — mesmo sem dizer uma única palavra. A linguagem corporal, embora silenciosa, é uma das formas mais poderosas de comunicação dentro do ambiente escolar. Reconhecê-la e compreendê-la contribui para fortalecer os vínculos entre professores e alunos, identificar sinais emocionais e promover um clima de acolhimento.
A expressão corporal de crianças e adolescentes costuma ser mais espontânea do que a dos adultos. Quando estão com vergonha, costumam cruzar os braços; quando se sentem seguras, se aproximam. Muitas vezes, esses sinais antecedem qualquer explicação verbal e ajudam a revelar desconfortos, medos ou entusiasmo. Saber interpretar esses gestos faz diferença tanto para a qualidade do ensino quanto para o bem-estar emocional dos alunos.
“Observar a linguagem corporal dos estudantes é uma forma de ouvir o que muitas vezes não é dito em palavras”, destaca Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí, em Santa Catarina. “Esses sinais silenciosos ajudam o educador a perceber como o aluno está se sentindo e a ajustar a abordagem para melhor acolhê-lo”.
Expressões faciais e postura são alguns dos elementos mais visíveis da comunicação não verbal. Um sorriso pode indicar confiança; um olhar perdido pode sinalizar desatenção ou preocupação. Gestos repetitivos, como bater o pé ou mexer constantemente nas mãos, geralmente apontam para nervosismo. Em contextos escolares, esses detalhes não devem ser ignorados, pois oferecem pistas valiosas sobre a necessidade de apoio ou adaptação.
Para os professores, adotar uma linguagem corporal positiva também é essencial. Manter postura aberta, fazer contato visual e gesticular com naturalidade durante a fala contribui para um ambiente mais engajador. Alunos tendem a se sentir mais à vontade e participativos quando percebem que o professor está presente e atento de forma acolhedora.
Em casos de alunos com dificuldades na comunicação verbal, como crianças autistas, a linguagem corporal assume ainda maior importância. Muitos deles se expressam prioritariamente por gestos, expressões e proximidade. Compreender essa linguagem é uma forma de inclusão, permitindo que todos sejam ouvidos e compreendidos dentro da escola.
Pais também podem observar em casa os sinais não verbais para entender melhor o que os filhos sentem, principalmente em momentos de mudanças ou conflitos. Demonstrar empatia e buscar conversas abertas a partir dessas observações pode fortalecer os vínculos familiares e oferecer à criança o suporte necessário para lidar com suas emoções.
No dia a dia escolar, a linguagem corporal age como um espelho emocional dos estudantes. Estar atento a esses sinais é um passo importante para uma educação mais sensível, afetiva e eficaz. Quando todos os envolvidos no processo educacional valorizam essa forma de comunicação, a escola se transforma em um espaço mais empático, onde cada gesto tem significado e cada aluno encontra espaço para se expressar com segurança.
Para saber mais sobre linguagem corporal, visite https://www.sabra.org.br/site/criancas-expressao-corporal/ e https://ibrale.com.br/a-importancia-linguagem-corporal-educacao/
Entenda os sintomas da discalculia
Dificuldade frequente com tarefas básicas de matemática pode ser um dos primeiros sinais de discalculia. Esse transtorno de aprendizagem afeta a forma como o cérebro processa números e cálculos, impactando diretamente o desempenho escolar e a autoconfiança de crianças e adolescentes. Estima-se que entre 3% e 6% dos estudantes enfrentem esse desafio, muitas vezes sem diagnóstico adequado.
Nas fases iniciais da vida escolar, a criança com discalculia pode apresentar dificuldade para contar objetos, compreender sequências numéricas ou relacionar o número ao valor correspondente. Já em idades mais avançadas, torna-se evidente a dificuldade em memorizar tabuada, resolver problemas simples, compreender gráficos ou lidar com conceitos como troco e horários. Essas limitações vão além de uma resistência comum à matemática: são indícios de um funcionamento atípico no processamento de informações numéricas.
A persistência no uso dos dedos para realizar contas simples, a confusão frequente entre sinais matemáticos e a dificuldade para estimar quantidades são outros alertas importantes. Muitas vezes, a criança entende o conteúdo em sala, mas não consegue aplicar esse conhecimento em situações práticas. Nesses casos, é essencial que pais e educadores estejam atentos e busquem orientação especializada.
“Perceber a dificuldade e acolher sem julgamento é o primeiro passo para ajudar o aluno com discalculia”, afirma Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí, em Santa Catarina. Segundo ele, o apoio de professores e da família pode evitar frustrações e contribuir significativamente para a evolução do estudante.
O diagnóstico da discalculia deve ser feito por um psicólogo ou neuropsicólogo por meio de testes específicos que avaliam o desempenho da criança em diferentes habilidades matemáticas. O objetivo é entender quais áreas estão mais comprometidas e quais estratégias podem ser adotadas para facilitar a aprendizagem. Quanto mais cedo o transtorno for identificado, melhores são as chances de adaptação e progresso.
Apesar de não ter cura, a discalculia pode ser gerenciada com sucesso. Adaptações como o uso de materiais visuais, jogos educativos e estratégias de ensino mais personalizadas têm mostrado bons resultados. O uso de calculadora, por exemplo, pode ser um aliado, assim como a divisão de tarefas em etapas menores e o reforço positivo diante de cada conquista, por menor que seja.
Além do aspecto cognitivo, é fundamental cuidar da parte emocional. Crianças com discalculia muitas vezes se sentem incapazes ou inferiores aos colegas, o que pode afetar a autoestima e o interesse pelos estudos. Por isso, é importante criar um ambiente empático, com valorização dos esforços individuais e foco no desenvolvimento de habilidades.
A matemática pode parecer um obstáculo grande, mas com a abordagem certa, é possível superá-lo. A discalculia exige paciência, dedicação e um olhar atento de todos os envolvidos no processo educativo. Cada criança tem seu ritmo, e respeitá-lo é o melhor caminho para ajudá-la a desenvolver seu potencial.
Para saber mais sobre discalculia, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/discalculia-quando-a-dificuldade-com-a-matematica-e-um-disturbio-de-aprendizagem/ e https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/discalculia-em-criancas-o-que-e-como-identificar-e-tratar,29b36ac951352311a7200862b613bdabnjifb1at.html#google_vignette
Adolescência em estado de atenção
A série da Netflix desperta conversas sobre juventude e acolhimento no ambiente escolar
A adolescência é uma fase em que tudo pulsa com intensidade. Emoções à flor da pele, desejos de pertencimento e buscas por identidade marcam esse ciclo repleto de desafios. A série britânica Adolescência, lançada pela Netflix em 2025, mergulha fundo nesse universo e traz à tona realidades que dialogam com o cotidiano de muitos jovens.
Bullying, saúde mental, conflitos familiares e redes sociais são temas recorrentes e tratados com humanidade. A narrativa toca, emociona e alerta. Por trás de cada personagem, há dores silenciosas e pedidos de ajuda muitas vezes não verbalizados. Ao dar voz a esses sentimentos, a série cumpre um papel transformador: aproxima o público da realidade adolescente e provoca reflexões importantes sobre o papel dos adultos na formação de vínculos seguros.
No Colégio Anglo Itajaí, esse olhar atento faz parte do dia a dia. Acompanhando de perto o desenvolvimento dos alunos, a escola promove ações que vão além do conteúdo curricular. Conversas abertas, projetos de convivência, atividades interdisciplinares e envolvimento familiar são pilares de uma proposta educativa que coloca o bem-estar no centro do processo de aprendizagem.
O ambiente escolar precisa ser, antes de tudo, um lugar de escuta. A equipe pedagógica atua com presença afetiva, reconhecendo sinais, acolhendo fragilidades e incentivando o autoconhecimento. Cada estudante encontra ali um espaço de confiança para crescer.
As redes sociais, retratadas com destaque na série, também fazem parte das discussões em sala. Com mediação crítica, os alunos são convidados a refletir sobre os impactos do mundo digital na autoestima, nas relações e na construção da identidade. Ensinar a navegar com consciência é, hoje, uma forma potente de cuidado.
Mais do que transmitir conteúdos, o colégio constrói vínculos. Acredita-se que uma educação transformadora nasce do afeto, do respeito e da escuta ativa. E, assim como a série mostra, estar presente é, muitas vezes, o que um jovem mais precisa para atravessar essa fase com coragem e leveza.