07/11/2024
A nomofobia, conhecida como o medo de ficar sem acesso ao celular, é uma condição que afeta cada vez mais pessoas, especialmente jovens e adolescentes. Esse fenômeno reflete uma forte dependência dos smartphones, que são utilizados não só para comunicação, mas também para entretenimento, trabalho e até como fonte de validação social. A necessidade constante de estar conectado e de verificar o celular frequentemente é uma característica marcante da nomofobia, que pode impactar a saúde mental e o bem-estar.
Entre os sintomas mais comuns da nomofobia estão a ansiedade ao se afastar do celular, o hábito de verificar o aparelho compulsivamente e até a irritabilidade quando o acesso ao dispositivo é restrito. A assessora pedagógica Amanda Faria, do Colégio Anglo Itajaí, observa: “A nomofobia pode comprometer o equilíbrio emocional dos jovens, afetando a capacidade de concentração e as relações interpessoais”. Além disso, o uso excessivo do celular pode levar a problemas físicos, como dores no pescoço e insônia, agravando ainda mais o quadro.
A nomofobia também interfere diretamente nas interações sociais. Muitas vezes, o uso constante do celular substitui a comunicação face a face, criando um distanciamento emocional nas relações pessoais. Essa prática pode gerar um isolamento gradual, no qual a pessoa passa a preferir as interações digitais, evitando situações em que o uso do celular não é possível ou adequado. Em um ambiente escolar, por exemplo, essa condição pode afetar o desempenho acadêmico, com o estudante distraindo-se facilmente e apresentando dificuldade em manter o foco nas atividades escolares.
Para os pais, é fundamental entender que o uso consciente do celular é uma prática que pode ser incentivada desde cedo. Conversar abertamente sobre os riscos do uso excessivo da tecnologia e estabelecer limites claros para o uso do celular são estratégias eficazes para promover um comportamento mais equilibrado. Incentivar atividades que não envolvem o celular, como esportes, leitura e passatempos que envolvem interação presencial, ajuda a reduzir a dependência e a fomentar habilidades sociais e de concentração.
Os educadores, por sua vez, podem desempenhar um papel ativo na conscientização dos estudantes sobre o uso saudável da tecnologia. Criar momentos de discussão em sala de aula sobre a importância de desconectar e incentivar atividades que exigem a colaboração em grupo são práticas que ajudam os jovens a desenvolverem uma relação mais saudável com seus dispositivos. Amanda Faria enfatiza: “É essencial que o ambiente escolar também promova um equilíbrio entre o digital e o real, ajudando os alunos a perceberem que é possível viver experiências enriquecedoras fora do mundo virtual.”
Por fim, em casos mais graves, o acompanhamento profissional pode ser necessário. Psicólogos e orientadores educacionais podem auxiliar estudantes que enfrentam dificuldades significativas em reduzir o uso do celular, oferecendo estratégias de enfrentamento e suporte emocional. Para saber mais sobre a nomofobia, acesse camara.leg.br/radio/programas/977152-nomofobia-o-vicio-ao-celular-o-que-saber-e-como-evitar e exame.com/ciencia/nomofobia-entenda-o-que-e-o-transtorno-e-as-formas-de-minimiza-lo