14/04/2025
Crianças que passam a evitar situações sociais, apresentam dificuldade para dormir ou reclamam constantemente de dores sem causa aparente podem estar sofrendo com a ansiedade. O problema, que afeta cerca de 10% a 15% da população infantojuvenil, muitas vezes se manifesta de forma silenciosa e é confundido com timidez, preguiça ou desinteresse.
Entre os sinais mais frequentes estão alterações no comportamento, como agressividade, apatia ou isolamento. Crianças ansiosas tendem a ter dificuldades para se concentrar, mostram insegurança diante de tarefas cotidianas e desenvolvem preocupações exageradas sobre situações simples, como sair de casa ou ir à escola.
As manifestações físicas são outro alerta importante: dores de barriga, náuseas, falta de ar, tontura e taquicardia podem indicar um quadro de ansiedade. Mudanças bruscas no apetite, nos hábitos de sono e a recusa em participar de atividades que antes eram prazerosas também merecem atenção dos pais e cuidadores.
“A ansiedade, quando não identificada a tempo, pode comprometer o desenvolvimento emocional da criança e impactar sua rotina escolar, familiar e social”, destaca Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí.
Dentro do ambiente escolar, um dos reflexos mais evidentes da ansiedade é a queda no rendimento. A criança pode demonstrar aversão a apresentações em público, dificuldade para interagir com os colegas e tendência ao perfeccionismo — o que, muitas vezes, gera frustração constante. Sem o apoio adequado, esse cenário pode se agravar com o tempo, influenciando inclusive a autoestima.
As causas da ansiedade são múltiplas e envolvem desde predisposição genética até experiências traumáticas ou mudanças importantes na rotina familiar. Separações, perdas, bullying e até a pressão por resultados acadêmicos podem ser gatilhos para a ansiedade na infância. O convívio com pais ansiosos também pode influenciar negativamente o equilíbrio emocional das crianças.
Para lidar com a situação, é fundamental estabelecer uma rotina equilibrada, com horários regulares, momentos de lazer e incentivo à prática de atividades físicas. Técnicas de respiração e relaxamento são ferramentas acessíveis que ajudam a criança a lidar com as emoções. Além disso, o acolhimento e o diálogo aberto em casa fazem toda a diferença.
Em muitos casos, a terapia cognitivo-comportamental se mostra eficiente no controle dos sintomas. Quando necessário, o acompanhamento psiquiátrico e o uso de medicação podem ser indicados, sempre com supervisão profissional.
Observar, escutar e acolher: essas são atitudes-chave para que a criança se sinta segura e compreendida. Com apoio e atenção, é possível ajudá-la a desenvolver mecanismos saudáveis para enfrentar os desafios emocionais que surgem desde a infância. Para saber mais sobre ansiedade, visite https://vidasaudavel.einstein.br/ansiedade-em-criancas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/ansiedade-em-criancas-como-reconhecer-os-sintomas/