23/04/2025
Crianças e adolescentes passam por fases marcadas por descobertas e intensas mudanças emocionais. À medida que crescem, aprendem a lidar com sentimentos como frustração, medo, alegria, tristeza e ansiedade. Cada emoção carrega uma função e precisa ser reconhecida e acolhida. O desafio não está em evitá-las, mas em ensinar formas saudáveis de compreendê-las e expressá-las.
Na infância, as emoções surgem com intensidade e são expressas muitas vezes por meio do corpo ou do comportamento — como um choro repentino ou uma birra. Nesses momentos, o acolhimento dos adultos é essencial. Ao nomear o que a criança está sentindo — “Você está bravo porque não quer parar de brincar” — o adulto ajuda a organizar o pensamento emocional da criança, oferecendo uma base para que, no futuro, ela consiga fazer isso sozinha.
Na adolescência, o cenário muda. O amadurecimento do cérebro, os questionamentos sobre identidade e as mudanças hormonais ampliam a complexidade emocional. Emoções como inveja, vergonha ou ansiedade passam a fazer parte do dia a dia dos jovens, que nem sempre sabem como verbalizar o que sentem. Para eles, o apoio dos adultos deve vir sem julgamento, permitindo que expressem o que pensam, mesmo que estejam confusos ou inseguros.
“Entender que todas as emoções têm uma função importante é o primeiro passo para que crianças e adolescentes aprendam a lidar com elas de forma equilibrada”, explica Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí.
A escola e a família têm papel complementar nesse processo. Enquanto os responsáveis em casa ajudam na construção de vínculos afetivos e na escuta diária, a escola oferece um espaço coletivo de convivência, onde emoções são testadas em interações reais: frustrações por não ser escolhido em um jogo, alegria ao apresentar um trabalho bem-feito ou vergonha em situações inesperadas. A mediação dos educadores é fundamental para transformar essas vivências em aprendizado emocional.
O diálogo sobre sentimentos, o incentivo à empatia e atividades que promovem a escuta ativa entre colegas são estratégias eficazes para desenvolver o equilíbrio emocional desde cedo. Assistir a filmes como Divertida Mente e conversar sobre as emoções retratadas ali, por exemplo, pode ser um ótimo ponto de partida para debates com crianças e adolescentes sobre como lidar com raiva, tristeza ou ansiedade de forma construtiva.
Reconhecer que emoções consideradas “negativas” também têm seu valor é uma mudança de perspectiva importante. A tristeza, por exemplo, pode trazer reflexão e empatia; a raiva pode ser um impulso para mudanças; e até o tédio pode ser o empurrão para criar algo novo. O importante é que as crianças e adolescentes se sintam livres para sentir — e sejam guiados para aprender a reagir com responsabilidade e equilíbrio.
Para saber mais sobre Divertida Mente 2, visite https://ufob.edu.br/especial-de-quarentena/tv/divertida-mente-o-que-podemos-tirar-de-licao-nesse-filme e https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2xx3lpmj6do