30/04/2025
Mães que enfrentam a culpa, o medo, a solidão e o estresse costumam carregar essas dores de forma silenciosa, muitas vezes sem espaço para expressar o que sentem. No meio dessa rotina sobrecarregada, o ambiente escolar pode representar um ponto de apoio valioso, oferecendo mais do que ensino: acolhimento, compreensão e escuta ativa. O vínculo com a escola é uma oportunidade de fortalecer emocionalmente essas mulheres, criando um impacto positivo na vida familiar como um todo.
A culpa por não estar presente o suficiente, por não conseguir atender todas as expectativas ou por sentir exaustão constante é uma das marcas da maternidade. As mães tendem a se cobrar por não conseguirem desempenhar todos os papéis com perfeição, o que gera insegurança e desgaste. Em momentos assim, o apoio da escola pode ser um alívio. Quando há comunicação respeitosa e empática com os responsáveis, essa culpa encontra espaço para ser suavizada.
Além disso, muitas decisões do cotidiano são atravessadas pelo medo. Medo de errar, de falhar com os filhos, de não proteger, de não perceber os sinais de algo errado. Esse tipo de angústia pode tornar o dia a dia mais rígido e ansioso. “Quando a escola estabelece uma relação de confiança com as famílias, as mães se sentem menos sozinhas nas decisões que envolvem a educação e o bem-estar dos filhos”, explica Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí, em Santa Catarina.
Em certos períodos, a solidão se torna intensa. Mesmo rodeadas de pessoas, muitas mães sentem que não têm com quem compartilhar suas dores mais profundas. A ausência de troca emocional, principalmente no puerpério, pode levar ao isolamento. A escola, ao se mostrar acessível e pronta para ouvir, pode preencher parte desse vazio. Estar aberta ao diálogo com acolhimento e respeito fortalece o vínculo com as famílias e contribui para um ambiente mais saudável, inclusive para os alunos.
Já o estresse, quando contínuo, compromete a saúde mental e interfere na forma como a mãe se relaciona com os filhos. A sobrecarga diária, aliada à sensação de que precisa dar conta de tudo, resulta em esgotamento. A escola pode contribuir reduzindo pequenas pressões, oferecendo flexibilidade em horários, ajustando demandas quando necessário e, sobretudo, mantendo uma comunicação clara, que não sobrecarregue ainda mais quem já está no limite.
Cuidar das mães também é cuidar das crianças. Quando elas se sentem acolhidas pela escola, tendem a confiar mais, a se engajar no processo escolar dos filhos e a compartilhar suas dificuldades com menos culpa ou medo. Pequenas atitudes — como reconhecer o esforço das famílias, ouvir sem julgar e criar espaços de escuta — fazem toda a diferença. A escola não resolve tudo, mas pode ser parte ativa de uma rede que transforma a maternidade em uma experiência menos solitária e mais sustentável.
Para saber mais sobre dores que as mães sentem, visite https://leiturinha.com.br/blog/mommy-burnout-o-esgotamento-de-maes-sobrecarregadas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/os-cuidados-com-a-saude-mental-das-maes-precisam-acontecer-desde-a-gestacao/