12/05/2025
Dificuldade frequente com tarefas básicas de matemática pode ser um dos primeiros sinais de discalculia. Esse transtorno de aprendizagem afeta a forma como o cérebro processa números e cálculos, impactando diretamente o desempenho escolar e a autoconfiança de crianças e adolescentes. Estima-se que entre 3% e 6% dos estudantes enfrentem esse desafio, muitas vezes sem diagnóstico adequado.
Nas fases iniciais da vida escolar, a criança com discalculia pode apresentar dificuldade para contar objetos, compreender sequências numéricas ou relacionar o número ao valor correspondente. Já em idades mais avançadas, torna-se evidente a dificuldade em memorizar tabuada, resolver problemas simples, compreender gráficos ou lidar com conceitos como troco e horários. Essas limitações vão além de uma resistência comum à matemática: são indícios de um funcionamento atípico no processamento de informações numéricas.
A persistência no uso dos dedos para realizar contas simples, a confusão frequente entre sinais matemáticos e a dificuldade para estimar quantidades são outros alertas importantes. Muitas vezes, a criança entende o conteúdo em sala, mas não consegue aplicar esse conhecimento em situações práticas. Nesses casos, é essencial que pais e educadores estejam atentos e busquem orientação especializada.
“Perceber a dificuldade e acolher sem julgamento é o primeiro passo para ajudar o aluno com discalculia”, afirma Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itajaí, em Santa Catarina. Segundo ele, o apoio de professores e da família pode evitar frustrações e contribuir significativamente para a evolução do estudante.
O diagnóstico da discalculia deve ser feito por um psicólogo ou neuropsicólogo por meio de testes específicos que avaliam o desempenho da criança em diferentes habilidades matemáticas. O objetivo é entender quais áreas estão mais comprometidas e quais estratégias podem ser adotadas para facilitar a aprendizagem. Quanto mais cedo o transtorno for identificado, melhores são as chances de adaptação e progresso.
Apesar de não ter cura, a discalculia pode ser gerenciada com sucesso. Adaptações como o uso de materiais visuais, jogos educativos e estratégias de ensino mais personalizadas têm mostrado bons resultados. O uso de calculadora, por exemplo, pode ser um aliado, assim como a divisão de tarefas em etapas menores e o reforço positivo diante de cada conquista, por menor que seja.
Além do aspecto cognitivo, é fundamental cuidar da parte emocional. Crianças com discalculia muitas vezes se sentem incapazes ou inferiores aos colegas, o que pode afetar a autoestima e o interesse pelos estudos. Por isso, é importante criar um ambiente empático, com valorização dos esforços individuais e foco no desenvolvimento de habilidades.
A matemática pode parecer um obstáculo grande, mas com a abordagem certa, é possível superá-lo. A discalculia exige paciência, dedicação e um olhar atento de todos os envolvidos no processo educativo. Cada criança tem seu ritmo, e respeitá-lo é o melhor caminho para ajudá-la a desenvolver seu potencial.
Para saber mais sobre discalculia, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/discalculia-quando-a-dificuldade-com-a-matematica-e-um-disturbio-de-aprendizagem/ e https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/discalculia-em-criancas-o-que-e-como-identificar-e-tratar,29b36ac951352311a7200862b613bdabnjifb1at.html#google_vignette